Era um sábado (muito) chuvoso aqui no Rio, um daqueles dias em que você engaveta todos os planos pré programados para passar todo o dia em casa. Eu tinha me programado para ir na loja Tal Pai Tal Fish (tinha uma promoção de Dia dos Pais rolando, e eu estou querendo comprar algumas coisas para mudar o layout do aquário principal), quando minha filha me chama dizendo que 2 dos discos estavam estranhos. Olho para o aquário, e um deles apresentava o tremor característico de acarás disco cortejando. Descrevi o que estava ocorrendo no grupo de whatsapp do Forza Discus, e realmente eu tinha aqui mais um casal formado. Quando estou recolhendo as coisas da mesa pós almoço, vi um dos discos nadando com a cabeça pra cima (como quem olha para a superfície). Fui, voltei e me deparei com ovos colados ao vidro. Sim, eu tinha minha primeira desova de discos no aquário comunitário.
Estaria mentindo se dissesse que foi um total acaso que eu nunca esperei. Pelo contrário, eu esperei bastante. Não que tivesse esperança de criar discos no aquário principal, mas isso na minha cabeça seria o marco de que o ambiente está tão confortável para eles que se sentem inclusive à vontade para desovar. Conversando com o meu eu de 30 anos atrás, isso seria completamente impensado, pra não dizer impossível. Quem quiser entender esse pensamento, leia a minha saga com o acará disco no Tô Aquariando (começa aqui). Logo, essa desova me trouxe uma imensa satisfação: não só por representar pra mim esse prêmio imaginário como também para confirmar meu segundo casal no aquário. De 8 peixes, metade são casais confirmados (Mundinha e Juvis, que desovaram agora, além de Topázio e Bruna, o blue turquesa e a blue diamond que são mais recatados mas nadam juntos o tempo todo).
Apesar de ter sido o meu episódio mais longo (68 minutos), “Aquarismo por aí” ficou com um gosto de quero mais. Uma delícia de editar, e até o momento uma boa repercussão. Ainda não fui conferir as estatísticas (até porque eu teria que entrar em cada plataforma pra ver), mas estou bem satisfeito.
Algumas ausências sentidas (um papo com o interior do RJ que não deu tempo de fazer, uma pessoa da região Norte que eu não consegui contactar), então na minha cabeça tem margem para uma segunda rodada. Veremos.
Falei algumas vezes no podcast que, embora ache aquários marinhos lindos, pretendo nunca mais ter um. Tive em meados dos anos 80 até início dos anos 90, e eu percebi na época que além de caro e difícil, os animais sofriam ali no aquário. Anos depois, quando eu era divemaster e flertei com o Sea Shepherd (cheguei a participar de duas reuniões e preencher a ficha de filiação, mas ficou nisso), eu aceitei que não era pra mim. Mas é aquilo, nunca diga nunca… Tenho visto alguns aquários marinhos bonitos de amigos meus, o que tem me dado uma… inquietação.
Eu tenho uns 30 anos de evolução dos marinhos pra estudar (quando eu parei, se usava filtro biológico de fundo e começava a se falar dos filtros dry-wet), mas resolvi encarar o desafio e me aprofundar. Especialmente ao ver que tem boas opções de montagem só com animais nascidos em cativeiro. Coisa pra daqui a uns 3 anos.
Estão “no forno” um episódio sobre algas e outro falando de pecilídeos (guppies, espadas, molinésias, etc), mas eu vou tentar desencavar aquela entrevista que está encruada esta semana. Se conseguir, ela fura a fila - até porque tem relação direta com o episódio passado.