Em 4 temporadas de podcast, eu venho tentando jogar por terra vários mitos do aquarismo, em especial o de que “ter aquário é muito difícil”. Pelas conversas com alguns dos ouvintes (obviamente com os que vem até mim), vejo que estou conseguindo - ao menos nessa questão da dificuldade. No entanto, eu acabei falando pouco sobre outro grande mito: o do aquário autossustentável, ou seja, o ecossistema fechado que se mantém sozinho, sem necessidade de manutenção. Embora seja um sonho atraente, a realidade é bem diferente: um aquário é um sistema controlado, e sua estabilidade depende diretamente da rotina de cuidados do aquarista. A esta rotina de controle e cuidada dá-se o nome de manejo.
Esta rotina de controles, que muitos negligenciam por falta de tempo, desconhecimento ou pura preguiça, é o que garante a qualidade da água dos nossos aquários. Como já falei algumas vezes, nossos aquários são sistemas fechados, e de tempos em tempos temos que retirar do sistema o que foi colocado, ou seus subprodutos. A comida que damos aos peixes é ingerida (em parte), se transforma, é aproveitada por plantas (quando aplicável) mas ela permanece ali de uma forma ou de outra. Por melhor que sejam nossos sistemas de filtragem, é o manejo quem tira o excesso de matéria orgânica e mantém o equilíbrio.
Nos meus aquários, meu manejo consiste em trocar parte da água toda semana, remover algas e limpar a mídia de filtragem mecânica. Mas a pergunta que muitos fazem é: quanto eu troco? E como eu sei que a quantidade é ideal? Toda a literatura de aquarismo fala em trocas em torno de 30% da água semanalmente, o que para o meu aquário principal é pouco. Por experiência, cheguei ao ideal de 40 a 50% de troca por semana, com limpeza de pré-filtro. Mas de fato eu nunca parei pra pensar no porquê de eu ter que fazer diferente. “É porque eu tenho acarás disco, oras… Comem muito, defecam muito…”. Isso para mim sempre foi razão suficiente.
Eis que eu tenho entrado mais a fundo em textos e conversas sobre plantados e aquapaisagismo. Descobri há poucos meses que para essa galera a regra de ouro é: alimentar seus peixes dia sim, dia não. Confesso que já tinha visto o MD falar sobre isso num vídeo onde ele resolve enfim ter um aquário dedicado aos discos, e a especialista diz para ele: “olha, eu alimento os discos todos os dias”. Eu tinha essas informações na cabeça todas separadas, mas finalmente fizeram sentido. Logo, como eu tenho peixes de porte grande e quase sempre em fase de crescimento (eu prefiro comprar discos pequenos e acompanhá-los até a vida adulta), eu trabalho com uma carga orgânica maior e tenho que lidar com isso na limpeza do pré-filtro (matéria orgânica que eu vejo) e com a troca parcial de água (matéria orgânica que eu não vejo).
Com isso eu daqui pra frente vou corrigir minha abordagem: a manutenção do aquário não é semanal, é quase diária. Vai depender do propósito do seu aquário, pois dele é que vem a necessidade de manejo para cada caso. Isso no entanto só reforça um ponto muito importante: se você consegue manter o sistema controlado (seja alimentando diariamente, seja de forma mais espaçada), você não terá grandes problemas.
O podcast está mais uma vez participando do Prêmio MPB - Melhor Podcast do Brasil, e mesmo eu tendo esquecido completamente de pedir votos na 1ª fase da campanha, conseguimos passar para a 2ª fase!
Estamos concorrendo na categoria Mundo Animal. Se você gosta do podcast, te convido a se logar no site do prêmio e votar no Aquarismo para Todos! É possível votar diariamente, até o dia 26 de outubro. Será que dessa vez chegaremos na final? Não sei, mas pelo menos vou lembrar vocês de votarem ;)
Na sexta feira (3 de outubro), vou participar da live do perfil Jardim Subaquático (Instagram) às 20h. Vai ser uma conversa geral de aquarismo mas que deve passar por acarás disco. E na semana que vem, mais um episódio do podcast - um daqueles na linha papo cabeça. Grande abraço a todos e até lá!